«O fosso entre os mais pobres e os mais ricos diminuiu ligeiramente em Portugal nas últimas duas décadas, mas o país permanece como um dos "mais desiguais da União Europeia", segundo o estudo "Desigualdade Económica em Portugal".
"Ao longo dos últimos anos, a desigualdade familiar tem vindo a atenuar-se ligeiramente, como é demonstrado pela redução do índice de Gini [que aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos] em cerca de cinco pontos percentuais entre 1993 e 2009", refere o estudo, realizado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) para a Fundação Manuel dos Santos.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do trabalho ressalvou que o estudo termina em 2009, último ano para o qual existem estatísticas oficiais sobre a distribuição do rendimento em Portugal: "De alguma forma, ele fica na antecâmara da atual crise".»
Fonte: Agência Lusa
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Bem, talvez este estudo trouxesse uma "lufada de ar fresco" ao ambiente depressivo em que o país mergulhou. Mas ao que parece, atende a dados recolhidos até ao ano de 2009. E daí em diante? Serão os resultados tão optimistas?
A verdade é que a "vox populi", no quadro de austeridade com que nos deparamos, entende precisamente o contrário. Aliás, recorre-se, ultimamente, com frequência à conhecida expressão de que os ricos estão casa vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres... Fala-se, inclusivamente, na extinção da classe média!
Estaremos nós na era das desigualdades sociais e económica?
Deixo a questão...
Sofia Marieiro,
Nº 22199
Boa tarde, Sofia
ResponderEliminarVi-a ontem no telejornal uma reportagem acerca deste estudo e levantou-me exactamente a mesma questão.
De facto, o estudo apenas se refere até 2009 e, conforme o que dizia o jornalista, ainda não há dados conclusivos sobre o momento actual.
No entanto, conforme esta notícia do jornal Público (http://economia.publico.pt/Noticia/austeridade-induz-aumento-da-desigualdade-em-portugal-1528270) vem constatar, a austeridade tem vindo a induzir ao aumento da desigualdade em Portugal.
Sem dados sustentáveis até ao momento, manda-me a minha visão de humilde "cidadã do mundo" constatar que cada vez mais aumentam as filas no Centro de Emprego, cada vez mais são encerradas empresas e feitos despedimentos colectivos, cada vez mais a miséria é um tema a vir à tona. Não posso, de forma alguma, ter uma visão optimista quanto aos resultados que o estudo trará relativamente a este ano, ou ao anterior, em que a crise conjuntural tem vindo a agodizar-se. O que eu vejo é os rendimentos a diminuirem e, por isso, a dita classe média, a extinguir-se. Os rendimentos concentram-se nas mãos de um grupo cada vez mais restrito e, concordando contigo, cada vez mais rico.
Parece-me que, contra o que era esperado (mesmo por mim, que tendo a achar que tudo se resolverá), o fosso é, e continuará a ser, cada vez maior.
Rita Cristina Martins, nº 21909