domingo, 16 de dezembro de 2012

Japão reforça vigilância após "invasão" do espaço aéreo



O Japão anunciou hoje que pretende reforçar a vigilância, um dia depois de um avião de patrulha marítima chinesa ter violado "pela primeira vez" o que Tóquio considera ser o seu espaço aéreo no sudoeste do arquipélago. 

"Tomaremos todas as medidas possíveis em prol da defesa do nosso espaço aéreo", disse o ministro porta-voz do Governo, Osamu Fujimura, em declarações citadas pela agência Kyodo e reproduzidas pela Efe.

Fujimura realçou que o Ministério da Defesa nipónico planeia realizar "operações mais efetivas", depois de, na quinta-feira, um avião de vigilância chinês ter sobrevoado as ilhas disputadas no Mar da China Oriental, levando Tóquio a mobilizar oito caças F-15 para o local.

O porta-voz do Executivo nipónico considerou que a "intrusão" por parte da China tinha por objetivo reivindicar as ilhas, acrescentando que o Governo "enfrentará com firmeza qualquer ação que infrinja a soberania" do seu país.

A disputa pelas Diaoyu/Senkaku, ilhas desabitadas e com uma superfície inferior a sete quilómetros quadrados, levou a que as relações entre a China e o Japão conhecessem um dos seus piores momentos em décadas, depois de Tóquio ter adquirido, em meados de setembro, três das ilhas a um proprietário privado.

O gesto foi contestado tanto pela China como por Taiwan -- que também reclama a soberania das ilhas -- e gerou uma onda de protestos contra o Japão em várias cidades chinesas que, em alguns casos, tiveram contornos violentos, e ao cancelamento de eventos diplomáticos.

Desde que o clima de tensão se agravou, a zona alvo da contenda tem vindo a ser patrulhada por barcos da China e do Japão, que administra as ilhas Senkaku/Diaoyu, onde se suspeita que existam importantes recursos, como reservas de petróleo e gás natural.

Fonte: DN

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Há meses que este conflito entre a China e o Japão se espalha, no entanto, ao que parece nada está resolvido. Primeiro, o Japão originou a polémica ao afirmar que queria adquirir estas ilhas por serem propriedade japonesa, levando a vários protestos e a que as empresas japonesas fossem obrigadas a fechar momentaneamente, agora é a China que "acidentalmente" invade o espaço aéreo japonês. Por mais que os dois países afirmem "fortes relações diplomáticas" a verdade é que estas disputas simplesmente não desaparecem.
Para tornar o caso mais claro, convém explicar a origem do problema. As ilhas Sensaku, ricas em gás natural, pertenciam originalmente à Republica Popular da China, pelo menos até 1895, quando o Japão as ocupou com o argumento destas estarem "desabitadas". 
Na altura, a China nada fez para as reaver, somente quando a Segunda Guerra Mundial terminou, com o Japão sendo obrigado a devolver todos os territórios ocupados militarmente, é que decidiu reclamar as suas ilhas. Começa aí a "luta" pela posse delas.  
Hoje em dia, estas ilhas não estão habitadas, tendo apenas um pequeno exército radical japonês a controlá-la. O Japão, face aos conflitos actuais, pretende nacionalizá-las e exercer sobre elas um controlo efectivo, exercer a soberania territorial.
Este porém não é apenas o único conflito. O Japão, para além destas ilhas, reclama o seu direito sobre outras ilhas do continente asiático, como por exemplo as ilhas Dokju, originando outro conflito, desta vez com a Coreia do Sul (proprietária legítima daquelas ilhas).
Resta saber se isto não passa de uma mera afirmação de territórios ou se implica algo mais.

Oficialmente, o Japão tem 6852 ilhas no total, sendo que 426 destas são habitadas.


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