domingo, 16 de dezembro de 2012

Teodora Cardoso defende "uma revolução" na Administração Pública

A economista Teodora Cardoso, afirmou que o processo de privatizações tem de considerar "a necessidade de a política orçamental olhar para o futuro" e que é preciso haver "uma revolução" na administração pública. 



A presidente do Conselho das Finanças Públicas, que falava na conferência "As privatizações não se discutem?", em Lisboa, explicou que "não se pode ignorar que o objectivo básico do Orçamento é garantir a sustentabilidade e a boa afectação de recursos na economia". 

"Quando o Orçamento não chega, gasta-se mais e de uma maneira ou de outra isso há-de ser pago. Se as empresas públicas forem privatizadas, mas mantiverem este sistema não se ganha absolutamente nada", argumentou a economista. 

Além disso, Teodora Cardoso defendeu ainda a necessidade de ter uma administração pública "muito qualificada": "Temos de ter uma administração pública muito diferente da que temos: mais qualificada, com mais responsabilidades de gestão e com capacidade estratégica. Isto é uma revolução", afirmou. 

Para a economista, "a qualidade da administração pública é muito importante para o sector privado e é necessário que a administração pública e a política orçamental funcionem para bem do próprio sector privado". 

Teodora Cardoso disse ainda que as privatizações em Portugal, entre 1995 e 2000, não funcionaram devido à "miopia da política orçamental, que sempre foi baseada em orçamentos estritamente anuais e ninguém pensava nas consequências disso mais tarde". 

"Com as privatizações aumentaram-se as despesas em vez de se reduzir a dívida para entrar numa rota de sustentabilidade", concluiu. 

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