sábado, 1 de dezembro de 2012

Concertação Social

Mudança definitiva de 14 para 12 salários depende dos parceiros sociais

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros afirmou hoje que a mudança definitiva de 14 para 12 salários depende dos parceiros sociais, referindo que o Governo já falou dessa possibilidade em concertação social.

Em resposta a uma questão da comunicação social, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes referiu que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, já se manifestou publicamente a favor de que em Portugal os salários passem a ser pagos em 12 prestações por ano, em vez das atuais 14 que incluem os dois subsídios pagos nos períodos de férias e do Natal.
"Adotar ou não adotar em definitivo soluções deste tipo é uma matéria que depende da concertação social, independentemente daquele que é o olhar do Governo sobre esta matéria. O Governo já o fez sentir e já o colocou aos parceiros sociais, mas, obviamente, é uma matéria que deve ser objeto de concertação social,", acrescentou o secretário de Estado.
Marques Guedes assinalou que isso implicaria alterações definitivas ao Código do Trabalho "no sentido de os subsídios, porventura, deixarem de existir e passar o seu valor a ser repartido", ou seja, de "os 14 salários que atualmente existem no Código do Trabalho passarem a ser repartidos por 12 e entrar-se numa nova fase".
"Mas isso é matéria que, obviamente, só pode ser tomada depois de uma concertação social, feita de uma forma participada por todos os parceiros em sede do Conselho Económico e Social", reiterou.
O Conselho de Ministros aprovou hoje uma proposta de suspensão temporária das normas do Código do Trabalho sobre pagamento de salários e pensões para que, em 2013, metade dos subsídios de férias e de Natal sejam repartidos por 12 meses, continuando a outra metade a ser paga nas datas e nos termos atualmente previstos.
No que respeita aos trabalhadores da Administração Pública, a proposta de Orçamento do Estado para 2013, que foi aprovada pelo parlamento na semana passada, já prevê que estes recebam somente um dos subsídios no próximo ano, e repartido em duodécimos.


Segundo as declarações do Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (nomeadamente a um entrevista dada à TVI nesta passada semana), a redução do défice orçamental do país passará pela diminuição dos encargos sociais do Estado, como a saúde, a educação, e os trabalhadores públicos. Esta medida aprovada para 2013 pelo Conselho de Ministros é certamente uma tentativa de o fazer. Retirar um dos subsídios normalmente atribuídos aos funcionários da Administração Pública e repartir o outro pelos salários mensais pode não me parecer uma medida muito drástica, mas afecta a vida de milhares de portugueses, e, por isso, tem de ser sujeita à concertação social.

Os Parceiros Sociais, isto é Governo, Confederações Patronais e Confederações Sindicais, integram a Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) cuja principal atribuição é a promoção do diálogo e do acordo social sobre determinados assuntos, como as políticas públicas de emprego, de formação profissional, de segurança social, tributárias e da administração pública, entre outras. Há, ainda, matérias que são objecto de parecer obrigatório por parte da CPCS, como é o caso da fixação do montante anual da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG), prevista no art. 273.º do Código de Trabalho.

As suas funções prendem-se com:

• Dar a opinião sobre as políticas de reestruturação e de desenvolvimento socioeconómico, bem como sobre a execução das mesmas;

• Propor soluções em relação funcionamento da economia, quando esta influencia o domínio socio laboral;

• Apreciar regularmente a evolução da situação económica e social do país;

• Apreciar os projectos de legislação respeitantes a matérias de âmbito socio laboral, designadamente de legislação de trabalho.

Resta discutir se esta medida não trará consigo uma difícil necessidade de habituação dos portugueses, e uma redução das compras nesta época natalícia. Eu, como estudante não empregada, mantenho-me neutra. A Administração Pública precisará de um ponto de vista mais próximo desta realidade se quer tornar a medida definitiva.

 

Beatriz Pereira, nº22030

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