sábado, 15 de dezembro de 2012

Massacre em Connecticut: América pergunta o quanto isso vai continuar?


  
« Pelo menos 27 pessoas, sem contar o próprio assassino, foram mortas durante o massacre na escola primária da cidade americana de Newtown em Connecticut. A maioria das vítimas são crianças dos 5 aos 10 anos. O assassino, Adam Lanza, de 20 anos suicidou-se. Entre as vítimas adultas estavam a mãe de Lanza e mais 5 pessoas, entre eles professores da escola. O presidente Barack Obama declarou 4 dias de luto nacional.

A principal pergunta que está no ar agora na América é: "Por quanto tempo isso vai durar?". O massacre em Connecticut não é o primeiro evento deste tipo nos EUA. O último massacre aconteceu em 2007 no Instituto Politécnico na Virginia. Na época mais de 32 pessoas morreram. Desde 1999 tragédias parecidas aconteciam com uma frequência assustadora. Durante a presidência de Obama já foram 5. No entanto, esta foi a primeira vez que uma escola primária foi alvo.
 Logo depois da tragédia, Barack Obama fez um discurso na Casa Branca e admitiu que os EUA tem passado por pesadelos como estes com bastante frequência, o que não pode ser deixado sem consequências. Ao discursa, Obama não conseguiu segurar as lágrimas.
 "Nós, como país, passamos por isso várias vezes. Seja na escola primária em Newtown, no shopping no Oregon, na Igreja em Vinsconsin, no cinema em Aurora ou em Chicago, todos eles fazem parte dos EUA. Todas estas crianças, são nossas crianças. Precisamos ser corajosos para fazer o que é necessário e prevenir tragédias como estas. Sem se ligar à politica." (...) »
Fonte: Voz da Rússia
  

De novo um massacre nas escolas americanas, de novo todo o mundo reage e surgem apoios na China, Austrália e toda a Europa. Os telejornais abrem com uma notícia que choca o país.
Esta é, claro, uma questão que fere susceptibilidades. É tarefa do Estado assegurar o ensino, conforme consta no art. 9º/f CRP, tendo a Assembleia da República a competência reservada de criar as bases do sistema de ensino (164º/i CRP).
No entanto, noticias destas levam os pais de todas as crianças a questionar-se sobre como vão fazer um filho voltar a uma escola depois desta situação lamentável.
Ao assegurar, a Administração Pública tinha, primeiramente, de ter a incumbência de assegurar a protecção das crianças enquanto estão no estabelecimento que é público. No entanto, o que constato são escolas sem porteiros e qualquer controlo, onde qualquer pessoa pode entrar sem ser fiscalizada.
É certo que é um estabelecimento público, é certo que deve estar aberto para acesso a todos, mas no entanto, não se pediria um pouco mais de cuidado?
Barack Obama discute agora uma nova lei de controlo de armas. Não cabe agora a Portugal novas medidas de protecção dos espaços públicos e, principalmente, de Escolas?
De novo recorrendo à CRP, no art. 27º consagra-se o direito à liberdade, mas também à segurança. É tempo de avaliar em que medida estes confluem.

Por Rita Cristina Martins, nº 21909

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