Qualquer ramo do Direito, rege-se por
princípios característicos que definem a linha da sua actuação e que constituem
simultaneamente limites à sua intervenção. Como tal, o Direito Administrativo
não foge à regra, de modo a que, com este post pretendo enunciar sucintamente
os principais traços da actividade administrativa, levada a cabo pela
Administração Pública. Sendo eles, o Principio da Prossecução do Interesse
Público, Principio da Imparcialidade e da Justiça, Principio da Boa-Fé,
Principio da Igualdade, Principio da Protecção das Posições jurídicas dos
Particulares, da Decisão, da Proporcionalidade e da
Gratuitidade.
Começando
por aquele que está no coração do Direito administrativo, o princípio da prossecução do interesse
público está constitucionalmente consagrado no artigo 266ºnº1. Este é única
e exclusivamente aquele que o legislador define. Não tem protecção
administrativa qualquer interesse dito público, mas só o que é especificamente definido
pela lei. De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o conceito de interesse
público é algo indeterminado, de forma a que a Administração Pública deve
caracteriza-lo conjuntamente com o dever de boa administração, previsto no
artigo 10º do Código de Procedimento Administrativo (Doravante CPA). Este
princípio tão crucial na função da Administração Pública encontra-se consagrado
no artigo 4º do CPA.
Quando ao princípio da Imparcialidade e da justiça, artigo 6º CPA e 266ºnº2
CRP, caracteriza-se pelo tratamento isento dos particulares que a Administração Pública deve praticar, ponderando tantos os interesses públicos como privados
em cada caso concreto no seu âmbito de actuação. Por outro lado, deve ter
sempre presente os imperativos de justiça que caracterizam o nosso ordenamento jurídico.
Já o princípio da Boa-fé, de acordo com o artigo 6ºA do CPA, pressupõe que
a Administração pública não frustre as expectativas do particular, e portanto
que haja uma relação de confiança entre as duas partes por assim dizer.
O princípio da igualdade é nas palavras de Aristóteles dar a cada um
o que é lhe devido, pelo que a Administração pública no âmbito das suas
competências deve sempre velar pela igualdade de tratamento dos particulares, e
das questões suscitadas em sede de interesse público (Artigo 5º CPA).
Relativamente ao princípio da protecção das posições jurídicas
dos particulares, a Administração Portuguesa não de proibir toda e qualquer afectação da
esfera dos particulares, mas apenas a violação das
posições jurídicas dos mesmos. O principio
da proporcionalidade, rege-se pela adequação, necessidade e razoabilidade
que a administração deve imprimir na sua actuação, à luz do artigo 5º do CPA. Por fim, o princípio da decisão pauta-se pela competência que os órgãos administrativos
deverão ter na sua actuação, e proíbe requerimentos com os mesmos
fundamentos e formulados pelo mesmo particular; e o princípio da gratuitidade, prevê que o procedimento administrativo
seja gratuito, não havendo qualquer exigência de pagamento de uma taxa, salvo quando
houver uma habilitação legal expressa, nos termos do artigo 11º nº 1 e 2.
Magda Pereira Cardoso
Nº21928
Sem comentários:
Enviar um comentário